Caso Mariana Reis é reaberto e ela deve retornar ao Brasil em março

Cotidiano

O caso da agente de viagem Mariana Reis será reaberto e já tem data da primeira audiência, dia seis de março próximo. A informação é do delegado Defraudações, Lucas Sá, que coordenou as investigações sobre as denúncias de cambalacho que teria sido praticado pela empresária em dezenas de clientes da Paraíba e de outros Estados, há dois anos. O prejuízo estimado deixado pelas fraudes gira em torno de R$ 2 milhões, segundo Sá.
O processo contra Mariana Reis foi aberto após uma série de denúncias de venda de pacotes turísticos para diversos países do mundo, envolvendo a comercialização desde cruzeiros marítimos a passagens aéreas internacionais. Os clientes, em sua maioria, pagaram à vista, mas não conseguiram sequer sair do País, pois não haviam as passagens, muito menos os vouchers dos cruzeiros.
Na oportunidade, a polícia fez uma série de buscas, inclusive, na agência da empresária, mas não encontrou nada. O processo chegou à Justiça – 6ª Vara Criminal de João Pessoa – que, a pedido do delegado, incluiu a empresária na lista de foragidos pela Interpol.
Passaram-se cinco meses para localizá-la em Miami (EUA). Mariana chegou ser detida, mas poucos dias foi protocolado um pedido de revogação da prisão com compromisso dela se apresentar para depor e a Justiça acatou, “fato que nunca aconteceu, como é de conhecimento de todos. Ela tinha um mês para se apresentar”, afirmou o delegado.
Segundo Sá, como é normal nesses casos, é expedido um novo pedido com mandado de prisão, mas isso também não aconteceu. “Aconteceu que o processo ficou suspenso e agora foi retomado. Foi designada uma audiência para março, com novas outivas das vítimas e da Mariana Reis, que deve retornar ao Brasil para essa audiência.”
A empresária pode, entretanto, permanecer nos Estados Unidos, caso o juiz aceite eventual pedido da defesa. “Mas o correto é a obrigatoriedade do comparecimento dela. Até para não alegar que não se defendeu em caso de futura condenação”, afirmou o delegado.
Sá disse que existem dezenas de vítimas, “mais de 20” e que o prejuízo de R$ 2 milhões é o “valor mínimo”, apenas das vítimas que foram na delegacia. “Muitas pessoas são de outros estados e acabaram desistindo de denunciar” revelou o delegado.
Se for condenada, Mariana Reis, que responde por estelionato, pode pegar uma pena de um a cinco anos de prisão por cada crime. “O total da pena dependerá do processo”, disse o delegado.
Fábio Cardoso