Violência no trânsito: juntos, podemos reverter esse quadro

Brasil

No ano 2000, menos de vinte anos atrás, os acidentes de trânsito não apareciam entre as dez principais causas de morte no mundo. De lá para cá, no entanto, eles não só entraram para esse ranking como, de acordo com projeções da OMS (Organização Mundial da Saúde), devem ocupar a sétima posição até 2030.
Só no Brasil, a violência no trânsito faz cerca de 40 mil vítimas por ano, com impacto econômico estimado de R$ 19 bilhões (dado de 2015) em gastos com mortos e feridos.
Esses números fazem parte da última edição do “Retrato da Segurança Viária”, um estudo completo sobre a situação da segurança no trânsito no Brasil feito já há quatro anos pela Cervejaria Ambev em parceria com a consultoria Falconi.
Dados como esses nos dão a convicção de que só há uma maneira de nos posicionarmos diante desse assunto: trabalhando em rede para ajudar a reverter essa triste realidade. Para a Cervejaria Ambev, a segurança no trânsito e o consumo consciente de bebidas alcoólicas são temas tão importantes quanto a qualidade e a paixão que colocamos em nossos produtos.
Maio é o mês de conscientização e ação pela segurança no trânsito, mas para nós ele é tão importante quanto qualquer outro mês quando o assunto é salvar vidas. Por isso, praticamente há 20 anos trabalhamos para reverter esse quadro e já demos passos significativos nessa direção, especialmente em Brasília e em São Paulo, onde nossas parcerias com os  governos federal e estadual estão ajudando a reduzir o número de mortos e feridos em acidentes de trânsito.
Em linha com a meta da Década de Ação para a Segurança no Trânsito, da ONU, até 2020, o estado de São Paulo se comprometeu a reduzir o índice de óbitos em acidentes de trânsito em 8,3 mortes para cada 100 mil habitantes. Já a capital federal superou em 40% a meta de 2017 de redução do número de mortes em acidentes de trânsito.
Para alcançar esses resultados, desde 2015, trabalhamos em conjunto com o governo de São Paulo no “Movimento Paulista de Segurança no Trânsito”. O programa já trouxe resultados bastante relevantes: o número de mortes diminuiu 13%, entre 2015 e 2017, o que representa quase 500 vidas salvas.
Outra conquista do Movimento foi a criação do Infosiga SP, o Sistema de Gerenciamento de Informações de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo, que fornece um relatório inédito com dados de acidentes com vítimas nos 645 municípios paulistas.
Baseado nesse exemplo de sucesso, o “Brasília Vida Segura” nasceu em 2016 atuando em duas frentes: Segurança Viária e Saúde. Por meio do programa, a capital federal visa atingir a meta de diminuição em 50% até 2020, estabelecida pela ONU. Desde que o projeto foi inaugurado até setembro de 2016, houve a redução de mais de 3 mil feridos em decorrência de acidentes de trânsito.
Em conjunto com o governo do Distrito Federal e a sociedade civil, atuamos não só para reduzir os acidentes de trânsito, mas também na prevenção do consumo nocivo de álcool. Essa intervenção junto à população é um pilar importante de nossa atuação, pois temos um compromisso com o consumo consciente de nossos produtos.
O envolvimento do poder público nessa causa também é fundamental; afinal de contas, entendemos que só com uma atuação conjunta conseguiremos evoluir cada vez mais. Um passo foi dado em janeiro agora, com a publicação do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans), que pretende reduzir pela metade as mortes no trânsito até 2028.
Com a sanção do Pnatrans, acreditamos que podemos dividir nosso conhecimento adquirido através dos programas de São Paulo e Distrito Federal com outras regiões do país para ajudarmos no cumprimento dos objetivos propostos, pois continuamos acreditando no poder das parcerias para juntos alcançarmos um mundo melhor.
O mês do Maio Amarelo vem chegando ao fim, mas chamar a atenção de todos para o alto índice de mortes e feridos no trânsito deve ser uma atividade constante e perene. Temos a convicção de que, assim, conseguiremos mudar esse quadro e reverter a escalada da violência no trânsito.

Carla Crippa, diretora de sustentabilidade da Ambev