Barreira do Cabo Branco, em João Pessoa, continua em processo de desaparecimento

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O inverno é o período do ano em que a erosão da barreira do Cabo Branco, em João Pessoa, acontece com maior velocidade, de acordo com a Secretaria do Planejamento do município, por causa das águas das chuvas que escorrem pelo solo e dos ventos mais fortes. Os desmoronamentos podem ser facilmente percebidos por quem for ao local um ou dois dias seguidos. Na terça-feira à tarde (18), mais uma parte da barreira caiu, já começando a levar a calha de água pluvial, que é parte da calçada, na parte de cima, hoje interditada e que antes funcionava como um mirante, de onde é possível ver toda a orla da Capital.
Apesar da cerca e das placas que alertam para o risco de desabamento, as pessoas se arriscam chegando perto do penhasco.
O consultor paulista, Fábio Lessa, que havia acabado de chegar em João Pessoa, resolveu caminhar na praia e dedicou alguns minutos fazendo fotos da falésia atingida pela erosão. “É claro que a barreira está exposta aos efeitos do vento e da chuva, o que não se pode evitar. Mas é visível a falta de políticas públicas. Você não vê nenhuma estrutura aqui em baixo que contenha o impacto do mar, por exemplo.”, disse.
O paraibano Manoel Soares Cunha, que aproveitou uma folguinha de fim de tarde para também caminhar na praia, reclamou da demora dos governos em fazer algo. “Se há 50 anos alguém que tivesse responsabilidade tivesse feito algo, talvez a gente ainda tivesse a pracinha de Iemanjá, a pista lá em cima e o mirante funcionando. Agora, deveriam correr contra o tempo para salvar o que resta, mas nem isso a gente vê”, analisou.

Secretária diz que a prefeitura está trabalhando

A secretária de Planejamento do município, Daniela Bandeira, disse que a prefeitura está trabalhando para concluir no menor tempo possível a obra de drenagem. Na área que vai deste a Estação das Artes, até a subida do Cabo Branco para o Seixas, está sendo implantada uma rede coletora de água pluvial. “Com isso nós vamos disciplinar a água da chuva, que hoje desce de maneira desordenada até a praia, provocando mais desgaste na barreira. Acreditamos que, com essa obra, vamos desacelerar sensivelmente a erosão”, afirmou. Segundo ela, a previsão é que a obra seja concluída até o mês de outubro.
Interdição. Os últimos desmoronamentos ligaram o alerta dos engenheiros da prefeitura, para a possibilidade de ampliar as áreas interditadas na parte superior. Segundo Daniela Bandeira, “os técnicos estão analisando o nível de erosão para verificar a necessidade de ampliar a interdição. Se houver entendimento que é preciso, poderemos fazer alterações no local”.
As possíveis ações a serem realizadas na parte de baixo da barreira visando

conter/reduzir a erosão ainda não estão definidas.
Ainoã Geminiano – Fotos; Rafael Passos – Jornal Correio da Paraíba